Open your eyes: five tips for performing actions with the visually impaired (text in portuguese)

Em 4 de janeiro comemoramos o Dia Mundial do Braile, a linguagem utilizada por pessoas com deficiência visual para ler e escrever. A data foi criada em homenagem ao francês Louis Braille, que no século XIX inventou o método.  

O voluntariado, como não podia deixar de ser, tem muito a contribuir, por isso listamos algumas atividades que você pode organizar para ajudar quem pouco (ou nada) enxerga:

Gravação de audiolivros

O poeta português Fernando Pessoa certa vez escreveu que “ler é sonhar pela mão de outrem”. Adaptando um pouco, pode ser também sonhar pela voz de outra pessoa. ONGs como a Fundação Dorina Nowill para Cegos possuem projetos de leitura para essa população, nos quais o voluntário grava a obra de autores para que todos possam acessá-la. A entidade está sempre à procura de voluntários dispostos a gravar. Entre em contato! As edições prontas estão disponíveis em www.dorinateca.org.br.


(Foto: Fundação Dorina Norwill)


Brincadeiras com crianças cegas

Com ou sem visão, criança é sempre criança. Gosta de brincar e de novidades. Logo, se você decidir organizar uma visita a uma instituição que trabalhe com pequenos cegos, vale se preparar. Brincadeiras em que o tato seja importante são uma ótima pedida, assim como as que demandam sons. Entre elas, “passa-anel”, cantigas de roda, “meu mestre mandou” e “telefone sem fio”. Atividades com bonecas e carrinhos também são uma boa, pois possibilitam a interação das crianças que enxergam com as que não veem. Além disso, realizar jogos que estimulam a coordenação motora, como os de encaixe ajudam o desenvolvimento dos pequenos.


Seja os olhos de alguém

Uma das maiores realizações de uma pessoa com deficiência é viver de forma independente. Conseguir isto, porém, é difícil, pois pouco está adaptado. No caso dos cegos, simplesmente saber se um produto está vencido no supermercado se torna complicado. Como resolver isso? Usando um aplicativo chamado “Be My Eyes” (seja meus olhos, em português). Ao abri-lo em seu telefone, você precisa dizer se é voluntário ou deficiente visual (o aplicativo é totalmente acessível). Com ajuda da tecnologia dos celulares, o cego pode gravar uma imagem e pedir ajuda aos voluntários cadastrados para saber o que está escrito. As pessoas respondem por mensagem de texto, lida pelo app, ou gravando uma mensagem de voz. Lançado em 2015, o aplicativo já possui 25 mil pessoas com deficiência por intermédio de 330 mil voluntários.

Patrocinar um cão-guia
Um cão-guia é o sonho de muitos cegos. Afinal, eles ajudam na locomoção pelas cidades, proporcionando-lhes independência e segurança. O problema é que a realização desse sonho é cara - o treinamento do animal custa cerca de R$30 mil e leva dois anos. Diversos projetos buscam ajuda de voluntários para dar um cão-guia a quem precisa. 



(Fonte: Helen Keller - Escola de Cão Guia)

Entre as atividades, adotar um filhote de dois meses até ele completar um ano e meio, idade em que o adestramento começa, sociabilizando-o. Mais informações na página da ONG Hellen Keller.  Outra possibilidade é doar recursos para o treinamento. Saiba como  aqui.


Aprender a ajudar

Ajudar quem precisa sempre é bom, mas há momentos em que é necessário saber como, pois às vezes a ânsia de fazer o bem atrapalha. Um exemplo: em vez de pegar no braço da pessoa para conduzi-la ou puxá-la, deixa-a colocar a mão em seu ombro. É ela quem deve impor o ritmo, não o ajudante. Organize um minicurso em sua empresa sobre como colaborar. A página do Lar das Moças Cegas traz dicas. E tente facilitar o acesso de sua empresa a todos. A instalação de piso tátil, por exemplo, é simples e ajuda demais!


A deficiência visual em números

 • Segundo o censo realizado em 2010, o Brasil possui cerca de 6,5 milhões de deficientes visuais. Destes, 582 mil cegos.
 • No mundo, são 39 milhões de cegos. Outros 246 milhões sofrem de perda moderada ou severa da visão, 90% dessas pessoas vivem em países em desenvolvimento.